Traidor, insensível, orgulhoso, cheio de si...
Somos insuportáveis, temos atitudes baixas, por vezes somos hipócritas ao extremo. E não adianta fingir/pensar que "não é comigo, não sou assim, não costumo ser assim".
Inúmeras vezes traímos a nós mesmos, nos desfazendo da grande dádiva com que DEUS nos cumula diariamente: a vida.
Pois bem. O calvário não foi fácil, a tensão imperava e o coração de Jesus pulsava intensamente: suou sangue, sentiu medo, dores físicas e psíquicas e não se encerrou nisso, pois um desfecho mais trágico se aproximava.
O Cristo ensinou a seus discípulos grandes lições, entre elas, a humildade, o perdão, a paciência, a compreensão, o amor etc., grandes lições, um grande Mestre. Não foi suficiente. Como assim?
Judas Iscariotes era um homem culto, de boas qualidades, convicto de suas ideias, mas lhe faltou algo essencial, se reconhecer limitado.
No evangelho de Lucas, capítulo 22, versículos 47 e 48, temos retratada a fragilidade de Judas; ele se aproxima e com um beijo entrega seu Senhor e Mestre. Qual a resposta de Jesus?
Ele compreendeu, acolheu e amou. Não foi simples, foi duro, pois Jesus nunca desistia das pessoas, sempre estava disposto a perdoá-las, amava incondicionalmente, Ele se encantava pelas pessoas e sua história de vida.
O tal beijo foi uma traição digna de cinema, tantos momentos partilhados, tantos ensinamentos e o discípulo o traiu com um beijo, gesto singelo e que representa carinho, amizade sincera, reciprocidade de sentimentos.
Jesus não ficou remoendo, não se martirizou ou se inferiorizou diante desse acontecimento, não se vitimizou e, portanto, não se anulou, pelo contrário, assumiu a responsabilidade de ser autor da sua própria história.
Enfim, busquemos nos colocar na posição de traidor e traído.
Criticamos (de forma positiva, acolhendo) e compreendemos (decidindo amar, acreditar) ou julgamos (condenando sem nos importarmos) e nos anulamos (oh, somos coitadinhos)?
Diante das decepções, na primeira oportunidade, expomos publicamente os erros de nossos irmãos e gritamos ao mundo que fomos vítimas injustiçadas ou usamos a arte do perdão e do amor?
Amém.
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