sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Maria, nova Eva.

Ela avança como a aurora, brilha como o sol e é terrível como um exército em ordem de batalha. Quem é esta?

Sim, é Maria, nossa mãe santíssima, em sua humildade aponta a Jesus, indica Aquele que é o caminho, a verdade e a vida, poderosa intercessora, advogada nossa!

Mas aponto um fato interessante. Deus decretou que Maria teria um poderoso inimigo (mas não invencível). Tão doce criatura, humilde e obediente, como é possível?

É necessário um aparte: Eva (inclua-se Adão, obviamente) sucumbiu ao desejo de se tornar “deus”, deixar sua condição de criatura para se tornar criadora. Eis que surge a serva do Senhor, Maria então assume a condição de nova Eva e se coloca à disposição de Deus.

O contexto da citação abaixo se encaixa. Maria se depara com um grande inimigo:

“Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tua armarás traições ao se calcanhar” (Gn 3, 15).

Releia pausadamente, reflexivamente. Forte afirmação feita por Deus no início do livro do Gênesis, antigo testamento, logo após Eva e Adão caírem em desgraça perante o Criador.

E agora leia atentamente a passagem contida no livro do Apocalipse, capítulo 12, versículos de 1 a 18. Não vou transcrever, pois é um longo trecho.

Em síntese: houve uma batalha no céu e o inimigo saiu derrotado, o intento de devorar o filho que a mulher traria à luz não se concretizou, portanto, derrotado fará frente aos filhos dela, sabendo que pouco tempo lhe resta.

Parece confuso, intrigante, sombrio, concordo. Não é por menos, as citações contidas no Apocalipse são recheadas de figuras de linguagem, símbolos, números misteriosos, o entendimento não é fácil.

Silencie. De olhos fechados clame pela intercessão do Divino Espírito Santo. Sem pressa, a providência divina se fará presente.

Você é um cristão convicto e atuante, instrumento da paz, canal de graça para os irmãos, sinal do Cristo na vida do próximo?

Ou você não honra o ser cristão, serve de templo para o pecado e assim deixa que o inimigo cante vitória (parcial, provisória) diante de Deus?

Árdua batalha, mas apoiados na oração e na verdadeira comunhão com o Nosso Bom Deus, a vitória reinará. Cristo ressuscitou, Ele vive e reina.

Rendei graças ao Senhor, pois Eterno é o Seu Amor.
Amém.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tome sua cruz.

Parece loucura. Mas, definitivamente, não é.

Você, hoje ou agora mesmo, olhou para Jesus na cruz? Seja na igreja, seja no crucifixo do teu terço (você tem? carrega consigo?). Contemplou o maior ato de amor ofertado por Deus à suas criaturas? Ousou se pregar na cruz?

De fato, o Cristo não mais se apresenta na cruz, pois ressuscitou. Mas a sua cruz não será apagada, muito embora o inimigo assim o deseje, antes será reafirmada num futuro (leia-se hoje, agora) bem próximo.

Todo o amor de Jesus que abraçou o projeto de Deus, assumindo pra Si a responsabilidade de nos resgatar do pecado e nos conceder a salvação teve seu ápice na cruz.

Contemplando por uns minutos, procure refletir a caminhada do Cristo rumo ao calvário, relembre toda sorte de humilhação que Ele sofreu, Seu encontro com o olhar de Sua (nossa) Mãe, de coração despedaçado, aos prantos, mas resignada. Momentos riquíssimos de meditação.

Do alto da cruz pendeu a salvação do mundo. Resta claro isso pra você? Do alto da cruz brota a Misericórdia Divina, você se apoderou desta graça?

Como aquele momento gritava alto. Ecoava no mais alto dos céus, Jesus sem forças, praticamente desfalecido, incrédulos filhos de coração duro, o que Me fizeram? O que fiz eu? O que você fez?

Deixe-se pregar na cruz. Tome a cruz de Cristo, sirva de amparo aos irmãos mais necessitados, converta-se, reze, reconcilie-se com Deus, deixe o perdão irrigar teu coração e lhe transformar.

Da cruz brotou amor infinito, tão doce amor. Loucura hein... (deixo pra você completar as reticências).

Cruz de Cristo seja a minha luz!
Amém.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Boa noite!

Segunda-feira, um pouco mais que 8h45. Boa noite.

Não há nada de errado na última afirmação, pois para um bom dia é certo que uma boa noite você indiscutivelmente teve. Caso contrário, espere pensamentos acelerados, emoções à flor da pele, pequenas dificuldades (mesmo grandes) como sinônimo de tempestade em copo d’água.

Tudo é resultado da chamada sociedade da informação, somos bombardeados inúmeras vezes durante o dia, muitas informações mal processadas, nenhuma escapa dos nossos sentidos.

Captamos tudo. Muitas registramos descuidada e desordenadamente. Mas voltemos. Boa noite pra você.

Findando o dia, chegaremos fatigados e algumas pessoas com direito (ou inescapável dever) de enfrentar o chamado segundo tempo. Não podemos nos furtar, temos família, alguns filhos ou mesmo pais, avós etc. que requerem atenção, merecidamente.

Mas enfim, venceremos. E ao cair na cama, onde está o sono? Óbvio que por vezes o afastamos, pois não nos desligamos de problemas, preocupações e afins.

Triste realidade. Fruto da sociedade globalizada e artificial, superficial, extremamente material. Não é pura crítica, pois avanços ela nos trouxe, basta que saibamos nos portar.

E o que fazer? Esteja atento. Reconheça a importância de um sono restaurador, sem condicionantes, total e não parcial. E Jesus, mais uma vez, Nosso Senhor e Mestre, indica o caminho. Evangelho de Lucas, capítulo 8, versículos 22 a 25.

Certa feita Ele navegava com alguns de seus discípulos. Registre-se: Jesus carpinteiro, discípulos pescadores. Ele nada de navegação entendia, eles viviam do mar. E mais, o mar não estava pra peixe, como prega certo ditado.

Eis que as águas (da emoção, quem sabe) se agitavam furiosas (muitas preocupações) e balançavam o barco (dias atribulados, por vezes não sabemos o que fazer), mas e Jesus? Dormia.

Por qual razão? Ele era o senhor da sua vida, administrava as preocupações diárias, os problemas, as adversidades, definitivamente não as levava pro travesseiro. Mesmo que o barco esteja prestes a virar, ele não virará se estivermos no comando.

Bela lição. O mar de tribulações cessará quando reclinarmos nossa cabeça no travesseiro, jamais dormir com os problemas. É fato, a cada dia bastam suas preocupações já afirmou o Mestre.

Bom dia!
Amém.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Enquanto caminho...

Não sobra tempo. Tantos afazeres, compromissos assumidos, trabalho, família (sem falar que esquecemos do chamado “tempo pra mim mesmo”), uma rotina insana e por vezes desumana.

Que bom seria se o dia tivesse mais de 24 horas, eis então que todas as tarefas cotidianas seriam feitas sem o menor problema. Será?

Foi-se o tempo em que rezávamos todos os dias, ao amanhecer, durante o dia e ao anoitecer, agradecendo a Deus pelo dom da vida. Quantos momentos se passam sem que reservemos uns minutos sequer pra contemplação, interiorização e oração.

Entre as orações, quem sabe um simples diálogo com o Senhor, um pai-nosso e uma ave-maria, talvez uma dezena ou mesmo um terço completo. Somando-se ainda uma novena, orações de devoção etc.

Mas as reticências do título deste tópico revelam um motivo maior: enquanto caminho... eu rezo!

São tantas oportunidades desperdiçadas. Por qual razão as perdemos? É tão simples, basta conversar com Deus, confiar a Ele nosso dia, nossa vida e todos os que nos são queridos e importantes. Estender o pedido e interceder por todos os irmãos necessitados de DEUS, que caminham sem rumo, que caminham e nada buscam.

Será tão difícil separar uns minutos pra oração? Recitar um salmo? Meditar uma passagem do evangelho?

É certo que não. Conseguimos às vezes mais que 05 minutos pra falar mal do irmão, mais que 30 minutos pra decorar a letra de uma música, às vezes 30 segundos pra ler as bobagens do horóscopo ou o que acontecerá na novela hoje.

Inúmeras situações, nem vale a pena citá-las, pois estamos perdendo “tempo”. Ok?

Que tal começar a rezar agora?

Salve Maria!
Amém.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cristo: olhar penetrante!

Feche seus olhos. Exatamente, procure fechar os olhos, pois Cristo quer te ver. Não é incoerente esta última afirmação, pelo contrário, o olhar de Jesus mira diretamente teu coração.

Não importa como se apresentará seu coração, atribulado, uma tremenda bagunça, é válido relembrar essa passagem: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta entrarei em sua casa e cearei com ele”. (Ap 3,19).

Jesus não era um simples pregador, antes era um líder que sabia liderar; sabia penetrar no íntimo dos que Lhe seguiam, procurava um encontro pessoal e não se importava em descobrir as mazelas contidas no mais profundo íntimo.

Olhar sincero e sem cobranças nem falsas promessas. Objetivava cativar, valorizava a experiência pessoal dos discípulos, respeitava suas limitações e o mais importante: Ele acreditava infinitamente em cada um deles.

Pouco depois de ser entregue no horto das oliveiras, inicia-se o martírio de Jesus; é lançado aos homens impiedosos, cegos, ávidos por “justiça” e vingança. Os apóstolos fugiram, dispersados e escondidos, receavam qual desfecho trágico caberia ao Mestre.

Digo receavam, pois inúmeras vezes Jesus procurou alertá-los sobre a cruz, mas nem sempre a clareza se fazia presente no coração deles.

Eis que Pedro fora alertado por Cristo sobre a iminente negação; Pedro se indignou, imagine, dizia que nunca seria capaz de negá-lo. Mas o fez. No evangelho de Mateus, capítulo 26, versículos 69 a 75, encontramos um Pedro confuso, atemorizado, cambaleante na fé.

Mas o que pretendo frisar é o olhar penetrante de Jesus quando o encontrou. Sim, houve esse encontro, novo encontro, no qual Pedro fora tocado em seu íntimo, fixa e carinhosamente Jesus procurou seu olhar.

Ultrajado, cuspido, maltratado, coroa de espinhos, sujo, cansado, esse foi o Cristo que Pedro encontrara, entretanto, o mais duro golpe sofrido foi esta negação. Qual a reação de Jesus?

Tenho absoluta certeza: o amor a Pedro falou mais alto, olhar penetrante e que soube acolher o discípulo errante, o Amor falou mais alto e o resgatou.

Em quantas oportunidades procuramos esse encontro pessoal com Jesus? Não há espaço pra receios ou medos, basta abrir a porta e o Mestre nos acolherá, olhar fixo e amoroso, renovando nosso coração!

Salve Maria!
Amém.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Contemplando o simples da vida!

Vida atribulada, mil afazeres, um viver mecânico, superficial e vazio, nossa sociedade hoje caminha dessa forma, não é verdade?

E ouso afirmar que a nossa fé gira no mesmo sentido: é por vezes artificial, oca no seu íntimo, balança ao sabor do vento e em nada nos transforma ou renova.

Triste situação, pois não fomos criados por Deus para viver assim, antes, somos seres únicos na criação, cada qual com a sua importância, com a missão de ser a diferença na vida do irmão. Concorda?

Maria canta seu louvor a Deus (Lc 1, 46-55), provando que percebeu a riqueza da vida, um louvor ao Senhor na sua mais perfeita forma, que lindo! Recomendo que você reflita essa passagem, procure senti-la, deixe se envolver por cada palavra.

Por certo que Jesus viveu de forma simples, mais que isso, a simplicidade pregada por Ele no viver de cada dia é a prova absoluta de que devemos nos ater às riquezas do céu.

Lançando-se a pregar o reino de Deus, Jesus diariamente percorria inúmeras cidades, atendia muitas pessoas, eram pregações, curas etc., e os discípulos se envolviam cada vez mais, atentos e preocupados.

Mas viviam preocupados em estabelecer uma rotina: pregações, curas, visitas às famílias e cidades, tudo de forma mecânica, superficial e o pior, não se deram conta disso.

E Jesus então os surpreende: “Olhai os lírios do campo” (Mt 6, 25-34). Como assim? Tantas palavras a serem ditas, tantos doentes pra visitar, cidades pra evangelizar e o Mestre se preocupando com uma simples flor do campo? Inadmissível!

Pois é, concordemos. Inadmissível é que nós NÃO saibamos o valor das coisas simples: que a criatura não saiba louvar ao seu Criador, contemplar as pequenas coisas do cotidiano, a beleza da natureza, os gestos simples...

Você hoje percebeu que na leveza de um piscar de olhos, todas as maravilhas de Deus estariam ao seu alcance? Notou que os contornos de uma pequena flor são perfeitos, conseguiu ouvir o que o vento lhe diz ao tocar sua face?

E olha que não me refiro pura e simplesmente ao olhar “visão” e sim ao olhar do sentir, não me refiro ao ouvir “escutar” tão somente. Nossos sentidos são outros quando buscamos as coisas simples da vida!

Glórias e louvores a Ti Senhor!
Amém.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Jesus e o julgamento dos homens.

Hoje busco refletir sobre uma passagem marcante da vida pública de Jesus: a mulher adúltera. Importante mencionar que nos tempos de Jesus a mulher era demasiadamente relegada a segundo plano (de certa forma hoje ainda).

Cristo é chamado pelos fariseus e doutores da lei a responder sobre o adultério desta mulher (Jo 8, 1-11). Foi indagado se ela deveria ser apedrejada (aplicação da lei vigente); a real intenção dos fariseus era colocar Jesus à prova, criar uma situação para acusá-lo e assim por fim à sua popularidade etc.

Bom. O que busco é apontar algumas das atitudes que Jesus tomou antes de decidir sobre tal situação; é sentir o que Ele sentiu, é ver o que Ele viu e assim perceber o real alcance das suas palavras.

Jesus foi colocado contra a parede; forçado, viu uma multidão gritando, com pedras nas mãos, um ambiente totalmente agressivo e tenso. Você já se viu em situações com essa carga de emoção?

O tempo passava, a multidão se aglomerava, se empurrava, exigia uma resposta, tinha sede de sangue, desejava fazer justiça com as próprias mãos e eis que Jesus silencia... Nada fala, nenhuma reação, simplesmente se abaixa e começa a escrever na areia.

Incoerente tal atitude? Estaria amedrontado? Sem saber o que fazer? Nada disso.

O silêncio é a melhor das armas numa situação de tensão. A sabedoria do silêncio imperou naquele momento e todos aos poucos se aquietavam, aos poucos iam se desarmando.

E então, Jesus levante e serenamente adverte: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra”. Um duro golpe sofreram aquelas pessoas, foram desarmadas no seu interior, as pedras de um julgamento precipitado caíram, pois não é cabível julgar ao próximo sem antes julgar a si mesmo.

Por fim a multidão vagarosamente se dispersava, começando certamente pelos fariseus e doutores da lei, restando tão somente Jesus diante da mulher, não mais adúltera, pois o seu pecado foi perdoado, mas diante de uma mulher que foi antes de tudo amada e respeitada.

Linda lição deixada por Jesus: Ele não veio para simplesmente nos condenar, Ele nos ama, quer nossos corações abertos à Sua Misericórdia, ao Seu perdão e assim renovar nossas vidas!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado!

Amém.