quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um novo cristão!

Convido logo de início para uma leitura. Belíssima passagem, a 1ª carta de São João, capítulo 2 e versículos de 15 a 17.

Tomo a liberdade para transcrevê-la: “Não amem o mundo e nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo que há no mundo – os apetites baixos, os olhos insaciáveis, a arrogância do dinheiro – são coisas que não vêm do Pai, mas do mundo. E o mundo passa com seus desejos insaciáveis. Mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

E é fato, mais uns dias e esse ano se encerra, não volta mais, o que nele vivemos se foi, faz parte do passado e ponto. Mas também é certo que teremos, se a graça de Deus nos permitir, outro ano inteirinho pela frente.

Mas o questionamento é outro: será que plantamos (e por certo, colhemos) muitos desejos insaciáveis? Se por acaso ainda não colhemos, não vamos escapar, aliás, DEUS fará sua própria colheita e desta seremos colhidos, ou melhor, CEIFADOS.

Separados do trigo, caso nossas opções tenham nos tornado joio. Arrancados da videira, como galho seco e lançados ao fogo. Fica o alerta!!!!

O apelo é forte “não amem o mundo e nem o que há no mundo”, é impossível servir a dois senhores, nossa vocação maior é ser cristão, fomos criados à imagem e semelhança do Nosso Bom Deus.

Mas Jesus sabe das nossas limitações, por isso aceitou nascer novamente em nossos corações, crescer conosco a cada dia, moldando nossa vida segundo Sua Palavra e Vontade.

E Nossa Senhora caminha ao nosso lado, olhos atentos às nossas necessidades, partilhando da sua imensa alegria, pois ela gerou a VIDA e permite que o coração de cada um de nós abrigue esse AMOR.

Que 2011 seja um ano de muitas bênçãos e uma firme opção de amar e buscar as coisas do alto!

Salve Maria!
Amém.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Sim gerando a Vida!

No decorrer dos próximos dias, viveremos uma data muito importante no calendário cristão: o nascimento de Jesus. Ele dividiu o tempo em antes e depois da sua vinda, trouxe um novo significado às nossas vidas.

Mas certo é que Deus, o Criador Supremo, quis depender de uma criatura, simples, mas totalmente dependente. Frágil aparentemente, mas interiormente forte.

Maria. Doce e pequena Maria. Mulher, sensível, autêntica, batalhadora, adjetivos que se aplicam hoje ainda, mas não podemos deixar de registrar que na sua época, o SER mulher era muito difícil.

Jovem, mas madura suficientemente para se lançar ao projeto de Deus, por inteiro, completamente, sem receios e medos.

Eu os convido a ler o Evangelho de Jesus segundo Lucas, capítulo 1 e versículos de 26 a 38. Belíssima passagem, riquíssima e nos prova que Maria gerou a Vida.

O nascimento do redentor Jesus estava intimamente ligado ao sim de Maria, à sua entrega total ao projeto salvífico de Deus. O sim da disponibilidade, o sim da entrega incondicional à Providência Divina, um simples, mas poderoso sim, definitivo.

 “Alegre-se, cheia de graça”, bradou o anjo, “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, decretou a sempre Virgem Maria.

Que possamos viver um novo Natal, vida nova, que o Menino-Deus encontre nosso coração como manjedoura, faça do seu coração um Sim pra Vida!

Um feliz e abençoado Natal!
Amém.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fé em Ti, Senhor!

Está disposto a tornar sua fé um pouco mais concreta, ativa e dinâmica?

Hoje ouvimos constantemente a expressão “ser empreendedor”, especificamente no meio corporativo, empresarial. Significar tomar as rédeas da situação, enfrentando os obstáculos, se antecipando às transformações.

Surge a pergunta: caberia aplicar o ser empreendedor na fé?

Desde o início da semana passada venho me perguntando isso, buscando digerir as informações que li num texto.

Texto que analisa essa afirmação sob a ótica da psiquiatria, muito embora o autor mescle as afirmações que faz com acontecimentos da vida de Jesus, portanto, creio que podemos ser empreendedores na fé.

Se não regarmos nossa fé com a oração, meditação do Evangelho e o mais importante, buscar um encontro pessoal com Cristo na Eucaristia, é certo que vacilaremos.

Isso é fato. Se os ramos não estiverem na videira, secarão e serão cortados (Jo 15, 1-6).

E então, indo direto ao ponto: o que é ser empreendedor na fé?

É reconhecer que DEUS habita em nós, sendo impossível se desvencilhar da condição de criaturas, filhos do Altíssimo.

É acreditar que a vida é um espetáculo único e brevíssimo, portanto, amar a si e ao próximo, reconhecendo o Cristo Jesus em cada irmão.

É acreditar que Nossa Senhora caminha ao nosso lado, intercedendo e apontando o “caminho, a verdade e a vida”.

É aproveitar cada minuto do dia, louvando ao Criador, contemplando as belezas da natureza, valorizando as coisas simples!

Nossa vocação maior é caminhar rumo ao Criador, buscando a comunhão com os irmãos, partilhando aos ensinamentos de Jesus.

Pois a grande resposta que buscamos constantemente já foi revelada por Pedro “A quem iremos Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).

Salve Maria.
Amém.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Você quer ser SEU melhor amigo?

É impressionante quantas pessoas nos cercam, seja na família, escola, trabalho, círculos sociais etc. De tais, pouquíssimas podemos considerar como amigas de fato.

Jesus entra em cena e nos exorta: amar a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com toda a sua força. E ao próximo como a si mesmo. Está lá em Marcos 12, 28-31. Muita atenção: próximo, amor, amigo, está feito o registro.

Mas como será possível amar ao próximo da forma dita por Cristo se EU não me conhecer? Como amar ao próximo se EU não sou amigo de mim mesmo?

Sou MEU melhor amigo? Conheço-me profundamente a ponto de não me preocupar excessivamente com meus problemas, pronto pra enfrentar as situações de pecado amparado na graça que em mim habita?

Hoje temos a tecnologia facilitando o nosso cotidiano, mas é certo que também atrapalha, por óbvio. Em certas situações ficamos isolados do mundo e o pior, isolados de nós mesmos.

Mas o pior abandono não é o que a sociedade por vezes nos impõe. É infinitamente pior o abandono que NÓS nos impomos, pois raramente nos interiorizamos pra conversar, refletir, conhecer o nosso próprio EU.

Exatamente, soa estranho. Você é SEU melhor amigo, seu companheiro? Dialoga com seus conflitos e medos?

Fica contente com suas vitórias e quando se dá conta da beleza interior que você carrega? Se alegra com a vida que pulsa dentro de ti, vida criada à imagem e semelhança de DEUS?

Não se abala com as críticas dos outros, pois acima de tudo, VOCÊ se ama, pouco importando o que pensam ou falam de ti, não depositando, portanto, maiores expectativas no próximo?

Muitas perguntas, mas uma resposta inescapável: quando de fato me conheço, quando percebo o amor incondicional de Cristo, estou pronto pra amar ao próximo.

Posso lhe apresentar o MEU melhor amigo? Ah, e quero conhecer o SEU melhor amigo, ok?

Jesus, nosso verdadeiro amigo e irmão!
Amém!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Você tem medo da chuva?

Não sou nem fui inspirado em certo personagem das historinhas em quadrinhos, mas certamente dei boas risadas quando lia compulsivamente os gibis dessa turminha.

E admito: se está chovendo e tenho que caminhar certa distância até o carro ou um abrigo, chego a me irritar com os pingos d’água que fatalmente me atingem. Cômico não? Cada um que aparece.. hehe.

Na verdade, vou além. Podemos associar que chuva e, portanto, água (obviamente) nos remete a diversas conclusões. Uma que todos hão de concordar é que água é vida, portanto, se chove, temos pingos de vida a nos irrigar, renovar.

Em algumas situações impedimos que a “água” atinja nossos relacionamentos, fugimos da “chuva” e afastamos a possibilidade de sermos diferentes com os irmãos, no trabalho, na família, até com a gente mesmo.

Basta fechar os olhos e sentir cada gota, é rápido e se não for um chuvão, será suave, tocando nossa face, tocando nosso coração, maneira de ser e agir. Enfrente as situações que nos maltratam, limpe a sujeira do preconceito, indiferença e desarmonia.

Mais. Olhe pra Jesus. Enquanto homem, soube se lavar das impurezas que o cercavam, soube se proteger do falso moralismo, situações de pecado, dúvidas. Apenas amou, apenas brincou como criança enquanto a chuva caia.

Ei, psiu... quem você convidará hoje ainda pra tomar um banho de chuva contigo?

Lave-me Senhor!!
Amém.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Esvazie-se de si mesmo.

Parece estranho esse título. Será que a grafia está correta? Será que já não ouvimos tal frase em outro contexto?

O Cristo nos trouxe um convite parecido “Renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mc 8, 34). E o verbo esvaziar todos conhecemos, basta procurar um dicionário e até outras conotações encontraremos.

Ok. O significado virá nos próximos parágrafos. Chocante, duro, forte.

Há um grande número de pessoas que não sabem ouvir; dispersas, às vezes falam mais do que aquele que fala, às vezes falam mais no seu interior, o certo é que não escutam, não percebem o apelo de quem fala, a sintonia não se concretiza.

Por quais razões? De repente, estão atentas somente ao que lhes interessa; em outras situações, atentas estão pra não perderem o comentário daquilo que lhes aprouver. Nada ou quase nada acrescentam ao diálogo.

Abro aspas. O diálogo a que me refiro é outro, não é um falando aqui e outro falando acolá. Diálogo remete a troca de ideias, sentimentos e experiências, eis o verdadeiro diálogo.

Fala que eu te escuto! Nada disso, silencie que EU falo. Mas sobre tal afirmação cabe discorrer em outro tópico.

Vida atribulada, o TER é mais que o SER, o que o outro sente, pensa e sonha não é problema meu, as relações são superficiais, sentimentos maquiados, eu represento aqui e você aí. E a vida continua.

Mas Jesus nos ensinou o que é ouvir (e dialogar). Ouve-se quando silenciamos por dentro e, portanto, quando nos esvaziamos de nós mesmos, deixando que o outro seja o protagonista, reconhecendo a importância do irmão que fala, que chora, que suplica.

É ouvir palavras não ditas, ouvir com o coração. Mas aquele que fala também tem sua parcela de responsabilidade, ou seja, se quer ser ouvido, deverá necessariamente abrir seu coração, falar sem medos e preconceitos.

Jesus se fez ouvir quando abriu seu coração, quando na agonia do horto das oliveiras chamou uns poucos amigos e a eles confidenciou sua angústia, sua dor, seu medo (Mc 14, 32-42).

Não receou ser taxado de fraco, ser incompreendido ou repreendido até, simplesmente falou. É certo que não houve diálogo, os discípulos dormiam, mas Ele deixou seu coração falar.

Na família, será que somos bons ouvintes? No casamento, ouvimos o que nosso cônjuge diz? Filhos e pais, pais e filhos, sabemos o que é ouvir?

Fica a reflexão.

Salve Maria.
Amém.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Disciplina do olhar.

Meu coração silencia, pois quero me ouvir. Ou melhor, fala comigo Senhor... “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

O que escrever sobre tal título? Buscando o real sentido de disciplina e/ou avaliação subjetiva do que significa “olhar”?

Fato é que, à luz dos ensinamentos de Jesus, o nosso proceder deve estar atento à disciplina do olhar – explico! Não nos é permitido descuidar de nossos sentidos, ao contrário, devemos estar atentos, à espera das santas inspirações.

Parece bonito escrever/ler tais palavras, entretanto, Jesus nos adverte “vigia, pois não sabeis nem o dia nem a hora” (Mt 25, 13).

Somos bombardeados a todo minuto, impulsos, tentações, más inclinações que nos assolam, nosso olhar, nosso sentir, muitas vezes tudo parece conspirar contra nós.

E mais, Deus nos deu o livre arbítrio, uma faca de dois gumes como diz certo ditado... Ele nos quer livres para uma efetiva entrega, não seremos forçados a nada, livres para amá-Lo intensamente.

Silenciando nosso coração ouviremos o sussurrar das santas inspirações, contemplando as coisas simples da vida, acalmando nossa impulsividade, freando o excesso de informações, administrando as emoções, exercício diário a ser praticado.

Jesus nos ensinou o caminho, indicou a fonte, sinalizou que Ele é a fonte de mansidão e nos convidou a beber pra saciar nossa sede de DEUS (Mt 11, 28-30).

És água viva, és vida nova!
Amém.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Com um beijo, entregas teu Mestre?

Traidor, insensível, orgulhoso, cheio de si...

Somos insuportáveis, temos atitudes baixas, por vezes somos hipócritas ao extremo. E não adianta fingir/pensar que "não é comigo, não sou assim, não costumo ser assim".

Inúmeras vezes traímos a nós mesmos, nos desfazendo da grande dádiva com que DEUS nos cumula diariamente: a vida.

Pois bem. O calvário não foi fácil, a tensão imperava e o coração de Jesus pulsava intensamente: suou sangue, sentiu medo, dores físicas e psíquicas e não se encerrou nisso, pois um desfecho mais trágico se aproximava.

O Cristo ensinou a seus discípulos grandes lições, entre elas, a humildade, o perdão, a paciência, a compreensão, o amor etc., grandes lições, um grande Mestre. Não foi suficiente. Como assim?

Judas Iscariotes era um homem culto, de boas qualidades, convicto de suas ideias, mas lhe faltou algo essencial, se reconhecer limitado.

No evangelho de Lucas, capítulo 22, versículos 47 e 48, temos retratada a fragilidade de Judas; ele se aproxima e com um beijo entrega seu Senhor e Mestre. Qual a resposta de Jesus?

Ele compreendeu, acolheu e amou. Não foi simples, foi duro, pois Jesus nunca desistia das pessoas, sempre estava disposto a perdoá-las, amava incondicionalmente, Ele se encantava pelas pessoas e sua história de vida.

O tal beijo foi uma traição digna de cinema, tantos momentos partilhados, tantos ensinamentos e o discípulo o traiu com um beijo, gesto singelo e que representa carinho, amizade sincera, reciprocidade de sentimentos.

Jesus não ficou remoendo, não se martirizou ou se inferiorizou diante desse acontecimento, não se vitimizou e, portanto, não se anulou, pelo contrário, assumiu a responsabilidade de ser autor da sua própria história.

Enfim, busquemos nos colocar na posição de traidor e traído.

Criticamos (de forma positiva, acolhendo) e compreendemos (decidindo amar, acreditar) ou julgamos (condenando sem nos importarmos) e nos anulamos (oh, somos coitadinhos)?

Diante das decepções, na primeira oportunidade, expomos publicamente os erros de nossos irmãos e gritamos ao mundo que fomos vítimas injustiçadas ou usamos a arte do perdão e do amor?

Amém.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cura-me, Senhor!


E assim se iniciou a semana...

- Poxa, eu não merecia ser tratado dessa forma, grosseria logo pela manhã não é justo!
- Não é verdade, sou bem decidido quanto a isso, conduzo muito melhor que ele, essa noite vai ser longa!!!

Situações hipotéticas traduzindo sentimentos. Todo relacionamento é marcado por pensamentos que se traduzem em emoção, é a vida em sociedade, seja na família, seja no trabalho ou em qualquer círculo social do qual participamos.

Mas o detalhe quase despercebido: se diante de uma ofensa, crítica, perda ou dissabor agimos dessa maneira fatídica, é certo que nossa emoção está doente!

Como assim? Doente emocionalmente? Exato. Somos conduzidos ao sabor das intempéries e não agimos da maneira correta.

E qual seria então?

O Mestre dos mestres vivenciou todas essas situações e sentimentos, Ele soube navegar nas águas da sua emoção como ninguém. É simples: Ele amava incondicionalmente cada pessoa, acreditava nelas, sabia que somos razão e emoção.

Ele nunca esperava muito das pessoas. Repito, não depositava e alimentava falsas expectativas, simplesmente amava. Sabia de nossas limitações e ponto.

Eu não disse que Jesus não experimentou esses sentimentos, que não viveu tais emoções. Na verdade, Ele reconhecia sua limitação humana, mas não desistia de Si mesmo, antes, se recolhia e buscava o real sentido da sua vida. Sempre!

No horto das oliveiras Ele foi tomado de uma aflição no mais alto grau: suou sangue (pesquise sobre o fenômeno clínico hematidrose). Diante do risco iminente de perder sua vida, Ele confidenciou aos discípulos sua angústia e seu medo, queria rezar junto com eles, não deu certo. Confidenciou ao Pai sobre seu temor (Lc 22, 39-45).

E então, Deus retirou Dele tal perigo? Nada disso, o próprio Cristo tomou firmemente o leme e reconduziu o barco da sua existência. Lançou-Se nas mãos do Criador e novamente recuperou sua direção.

Pronto pra retomar as rédeas da sua vida, amadurecer espiritualmente?

Reze por mim, rezarei por você.

Cura-nos, Senhor!
Amém.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coração inquieto.

Dia amanheceu atribulado, pensamento extremamente acelerado, coração inquieto.

Cumpridas 01 ou 02 atividades do dia (a propósito, qual seria a primeiríssima? Rezar, agradecer, por óbvio), eis que a agitação continuava, a angústia se fazia presente, sentia um palpitante coração...

Resolvido. Busquei um pequeno livro que venho lendo, um ótimo escritor, temas interessantíssimos e comecei a ler; em vão, pois fechei, abri e novamente fechei. E então decidi.

Peguei uma pequena cruz com Jesus crucificado e a coloquei diante de mim. Livro e logo à frente a cruz de Cristo. Silencia coração, eu gritava interiormente, vamos, contemple a salvação que pendeu da cruz, mire seus olhos no Cristo entregue.

Sim, Ele vive e reina, mas o seu sacrifício diário da cruz (leia-se, Santa Missa) continua.

Dá-me tua paz Senhor, aquieta meu coração, resgata meu entendimento e o direciona para o louvor, contemplação, criatura se entregando ao Criador.

Não lutemos contra nossa natureza, antes, suspiremos pela presença de Deus em nossa vida, em cada dia, em cada minuto.

Eis meu coração Senhor, todo teu, inteiramente.

Amém.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Maria, nova Eva.

Ela avança como a aurora, brilha como o sol e é terrível como um exército em ordem de batalha. Quem é esta?

Sim, é Maria, nossa mãe santíssima, em sua humildade aponta a Jesus, indica Aquele que é o caminho, a verdade e a vida, poderosa intercessora, advogada nossa!

Mas aponto um fato interessante. Deus decretou que Maria teria um poderoso inimigo (mas não invencível). Tão doce criatura, humilde e obediente, como é possível?

É necessário um aparte: Eva (inclua-se Adão, obviamente) sucumbiu ao desejo de se tornar “deus”, deixar sua condição de criatura para se tornar criadora. Eis que surge a serva do Senhor, Maria então assume a condição de nova Eva e se coloca à disposição de Deus.

O contexto da citação abaixo se encaixa. Maria se depara com um grande inimigo:

“Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tua armarás traições ao se calcanhar” (Gn 3, 15).

Releia pausadamente, reflexivamente. Forte afirmação feita por Deus no início do livro do Gênesis, antigo testamento, logo após Eva e Adão caírem em desgraça perante o Criador.

E agora leia atentamente a passagem contida no livro do Apocalipse, capítulo 12, versículos de 1 a 18. Não vou transcrever, pois é um longo trecho.

Em síntese: houve uma batalha no céu e o inimigo saiu derrotado, o intento de devorar o filho que a mulher traria à luz não se concretizou, portanto, derrotado fará frente aos filhos dela, sabendo que pouco tempo lhe resta.

Parece confuso, intrigante, sombrio, concordo. Não é por menos, as citações contidas no Apocalipse são recheadas de figuras de linguagem, símbolos, números misteriosos, o entendimento não é fácil.

Silencie. De olhos fechados clame pela intercessão do Divino Espírito Santo. Sem pressa, a providência divina se fará presente.

Você é um cristão convicto e atuante, instrumento da paz, canal de graça para os irmãos, sinal do Cristo na vida do próximo?

Ou você não honra o ser cristão, serve de templo para o pecado e assim deixa que o inimigo cante vitória (parcial, provisória) diante de Deus?

Árdua batalha, mas apoiados na oração e na verdadeira comunhão com o Nosso Bom Deus, a vitória reinará. Cristo ressuscitou, Ele vive e reina.

Rendei graças ao Senhor, pois Eterno é o Seu Amor.
Amém.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tome sua cruz.

Parece loucura. Mas, definitivamente, não é.

Você, hoje ou agora mesmo, olhou para Jesus na cruz? Seja na igreja, seja no crucifixo do teu terço (você tem? carrega consigo?). Contemplou o maior ato de amor ofertado por Deus à suas criaturas? Ousou se pregar na cruz?

De fato, o Cristo não mais se apresenta na cruz, pois ressuscitou. Mas a sua cruz não será apagada, muito embora o inimigo assim o deseje, antes será reafirmada num futuro (leia-se hoje, agora) bem próximo.

Todo o amor de Jesus que abraçou o projeto de Deus, assumindo pra Si a responsabilidade de nos resgatar do pecado e nos conceder a salvação teve seu ápice na cruz.

Contemplando por uns minutos, procure refletir a caminhada do Cristo rumo ao calvário, relembre toda sorte de humilhação que Ele sofreu, Seu encontro com o olhar de Sua (nossa) Mãe, de coração despedaçado, aos prantos, mas resignada. Momentos riquíssimos de meditação.

Do alto da cruz pendeu a salvação do mundo. Resta claro isso pra você? Do alto da cruz brota a Misericórdia Divina, você se apoderou desta graça?

Como aquele momento gritava alto. Ecoava no mais alto dos céus, Jesus sem forças, praticamente desfalecido, incrédulos filhos de coração duro, o que Me fizeram? O que fiz eu? O que você fez?

Deixe-se pregar na cruz. Tome a cruz de Cristo, sirva de amparo aos irmãos mais necessitados, converta-se, reze, reconcilie-se com Deus, deixe o perdão irrigar teu coração e lhe transformar.

Da cruz brotou amor infinito, tão doce amor. Loucura hein... (deixo pra você completar as reticências).

Cruz de Cristo seja a minha luz!
Amém.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Boa noite!

Segunda-feira, um pouco mais que 8h45. Boa noite.

Não há nada de errado na última afirmação, pois para um bom dia é certo que uma boa noite você indiscutivelmente teve. Caso contrário, espere pensamentos acelerados, emoções à flor da pele, pequenas dificuldades (mesmo grandes) como sinônimo de tempestade em copo d’água.

Tudo é resultado da chamada sociedade da informação, somos bombardeados inúmeras vezes durante o dia, muitas informações mal processadas, nenhuma escapa dos nossos sentidos.

Captamos tudo. Muitas registramos descuidada e desordenadamente. Mas voltemos. Boa noite pra você.

Findando o dia, chegaremos fatigados e algumas pessoas com direito (ou inescapável dever) de enfrentar o chamado segundo tempo. Não podemos nos furtar, temos família, alguns filhos ou mesmo pais, avós etc. que requerem atenção, merecidamente.

Mas enfim, venceremos. E ao cair na cama, onde está o sono? Óbvio que por vezes o afastamos, pois não nos desligamos de problemas, preocupações e afins.

Triste realidade. Fruto da sociedade globalizada e artificial, superficial, extremamente material. Não é pura crítica, pois avanços ela nos trouxe, basta que saibamos nos portar.

E o que fazer? Esteja atento. Reconheça a importância de um sono restaurador, sem condicionantes, total e não parcial. E Jesus, mais uma vez, Nosso Senhor e Mestre, indica o caminho. Evangelho de Lucas, capítulo 8, versículos 22 a 25.

Certa feita Ele navegava com alguns de seus discípulos. Registre-se: Jesus carpinteiro, discípulos pescadores. Ele nada de navegação entendia, eles viviam do mar. E mais, o mar não estava pra peixe, como prega certo ditado.

Eis que as águas (da emoção, quem sabe) se agitavam furiosas (muitas preocupações) e balançavam o barco (dias atribulados, por vezes não sabemos o que fazer), mas e Jesus? Dormia.

Por qual razão? Ele era o senhor da sua vida, administrava as preocupações diárias, os problemas, as adversidades, definitivamente não as levava pro travesseiro. Mesmo que o barco esteja prestes a virar, ele não virará se estivermos no comando.

Bela lição. O mar de tribulações cessará quando reclinarmos nossa cabeça no travesseiro, jamais dormir com os problemas. É fato, a cada dia bastam suas preocupações já afirmou o Mestre.

Bom dia!
Amém.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Enquanto caminho...

Não sobra tempo. Tantos afazeres, compromissos assumidos, trabalho, família (sem falar que esquecemos do chamado “tempo pra mim mesmo”), uma rotina insana e por vezes desumana.

Que bom seria se o dia tivesse mais de 24 horas, eis então que todas as tarefas cotidianas seriam feitas sem o menor problema. Será?

Foi-se o tempo em que rezávamos todos os dias, ao amanhecer, durante o dia e ao anoitecer, agradecendo a Deus pelo dom da vida. Quantos momentos se passam sem que reservemos uns minutos sequer pra contemplação, interiorização e oração.

Entre as orações, quem sabe um simples diálogo com o Senhor, um pai-nosso e uma ave-maria, talvez uma dezena ou mesmo um terço completo. Somando-se ainda uma novena, orações de devoção etc.

Mas as reticências do título deste tópico revelam um motivo maior: enquanto caminho... eu rezo!

São tantas oportunidades desperdiçadas. Por qual razão as perdemos? É tão simples, basta conversar com Deus, confiar a Ele nosso dia, nossa vida e todos os que nos são queridos e importantes. Estender o pedido e interceder por todos os irmãos necessitados de DEUS, que caminham sem rumo, que caminham e nada buscam.

Será tão difícil separar uns minutos pra oração? Recitar um salmo? Meditar uma passagem do evangelho?

É certo que não. Conseguimos às vezes mais que 05 minutos pra falar mal do irmão, mais que 30 minutos pra decorar a letra de uma música, às vezes 30 segundos pra ler as bobagens do horóscopo ou o que acontecerá na novela hoje.

Inúmeras situações, nem vale a pena citá-las, pois estamos perdendo “tempo”. Ok?

Que tal começar a rezar agora?

Salve Maria!
Amém.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cristo: olhar penetrante!

Feche seus olhos. Exatamente, procure fechar os olhos, pois Cristo quer te ver. Não é incoerente esta última afirmação, pelo contrário, o olhar de Jesus mira diretamente teu coração.

Não importa como se apresentará seu coração, atribulado, uma tremenda bagunça, é válido relembrar essa passagem: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta entrarei em sua casa e cearei com ele”. (Ap 3,19).

Jesus não era um simples pregador, antes era um líder que sabia liderar; sabia penetrar no íntimo dos que Lhe seguiam, procurava um encontro pessoal e não se importava em descobrir as mazelas contidas no mais profundo íntimo.

Olhar sincero e sem cobranças nem falsas promessas. Objetivava cativar, valorizava a experiência pessoal dos discípulos, respeitava suas limitações e o mais importante: Ele acreditava infinitamente em cada um deles.

Pouco depois de ser entregue no horto das oliveiras, inicia-se o martírio de Jesus; é lançado aos homens impiedosos, cegos, ávidos por “justiça” e vingança. Os apóstolos fugiram, dispersados e escondidos, receavam qual desfecho trágico caberia ao Mestre.

Digo receavam, pois inúmeras vezes Jesus procurou alertá-los sobre a cruz, mas nem sempre a clareza se fazia presente no coração deles.

Eis que Pedro fora alertado por Cristo sobre a iminente negação; Pedro se indignou, imagine, dizia que nunca seria capaz de negá-lo. Mas o fez. No evangelho de Mateus, capítulo 26, versículos 69 a 75, encontramos um Pedro confuso, atemorizado, cambaleante na fé.

Mas o que pretendo frisar é o olhar penetrante de Jesus quando o encontrou. Sim, houve esse encontro, novo encontro, no qual Pedro fora tocado em seu íntimo, fixa e carinhosamente Jesus procurou seu olhar.

Ultrajado, cuspido, maltratado, coroa de espinhos, sujo, cansado, esse foi o Cristo que Pedro encontrara, entretanto, o mais duro golpe sofrido foi esta negação. Qual a reação de Jesus?

Tenho absoluta certeza: o amor a Pedro falou mais alto, olhar penetrante e que soube acolher o discípulo errante, o Amor falou mais alto e o resgatou.

Em quantas oportunidades procuramos esse encontro pessoal com Jesus? Não há espaço pra receios ou medos, basta abrir a porta e o Mestre nos acolherá, olhar fixo e amoroso, renovando nosso coração!

Salve Maria!
Amém.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Contemplando o simples da vida!

Vida atribulada, mil afazeres, um viver mecânico, superficial e vazio, nossa sociedade hoje caminha dessa forma, não é verdade?

E ouso afirmar que a nossa fé gira no mesmo sentido: é por vezes artificial, oca no seu íntimo, balança ao sabor do vento e em nada nos transforma ou renova.

Triste situação, pois não fomos criados por Deus para viver assim, antes, somos seres únicos na criação, cada qual com a sua importância, com a missão de ser a diferença na vida do irmão. Concorda?

Maria canta seu louvor a Deus (Lc 1, 46-55), provando que percebeu a riqueza da vida, um louvor ao Senhor na sua mais perfeita forma, que lindo! Recomendo que você reflita essa passagem, procure senti-la, deixe se envolver por cada palavra.

Por certo que Jesus viveu de forma simples, mais que isso, a simplicidade pregada por Ele no viver de cada dia é a prova absoluta de que devemos nos ater às riquezas do céu.

Lançando-se a pregar o reino de Deus, Jesus diariamente percorria inúmeras cidades, atendia muitas pessoas, eram pregações, curas etc., e os discípulos se envolviam cada vez mais, atentos e preocupados.

Mas viviam preocupados em estabelecer uma rotina: pregações, curas, visitas às famílias e cidades, tudo de forma mecânica, superficial e o pior, não se deram conta disso.

E Jesus então os surpreende: “Olhai os lírios do campo” (Mt 6, 25-34). Como assim? Tantas palavras a serem ditas, tantos doentes pra visitar, cidades pra evangelizar e o Mestre se preocupando com uma simples flor do campo? Inadmissível!

Pois é, concordemos. Inadmissível é que nós NÃO saibamos o valor das coisas simples: que a criatura não saiba louvar ao seu Criador, contemplar as pequenas coisas do cotidiano, a beleza da natureza, os gestos simples...

Você hoje percebeu que na leveza de um piscar de olhos, todas as maravilhas de Deus estariam ao seu alcance? Notou que os contornos de uma pequena flor são perfeitos, conseguiu ouvir o que o vento lhe diz ao tocar sua face?

E olha que não me refiro pura e simplesmente ao olhar “visão” e sim ao olhar do sentir, não me refiro ao ouvir “escutar” tão somente. Nossos sentidos são outros quando buscamos as coisas simples da vida!

Glórias e louvores a Ti Senhor!
Amém.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Jesus e o julgamento dos homens.

Hoje busco refletir sobre uma passagem marcante da vida pública de Jesus: a mulher adúltera. Importante mencionar que nos tempos de Jesus a mulher era demasiadamente relegada a segundo plano (de certa forma hoje ainda).

Cristo é chamado pelos fariseus e doutores da lei a responder sobre o adultério desta mulher (Jo 8, 1-11). Foi indagado se ela deveria ser apedrejada (aplicação da lei vigente); a real intenção dos fariseus era colocar Jesus à prova, criar uma situação para acusá-lo e assim por fim à sua popularidade etc.

Bom. O que busco é apontar algumas das atitudes que Jesus tomou antes de decidir sobre tal situação; é sentir o que Ele sentiu, é ver o que Ele viu e assim perceber o real alcance das suas palavras.

Jesus foi colocado contra a parede; forçado, viu uma multidão gritando, com pedras nas mãos, um ambiente totalmente agressivo e tenso. Você já se viu em situações com essa carga de emoção?

O tempo passava, a multidão se aglomerava, se empurrava, exigia uma resposta, tinha sede de sangue, desejava fazer justiça com as próprias mãos e eis que Jesus silencia... Nada fala, nenhuma reação, simplesmente se abaixa e começa a escrever na areia.

Incoerente tal atitude? Estaria amedrontado? Sem saber o que fazer? Nada disso.

O silêncio é a melhor das armas numa situação de tensão. A sabedoria do silêncio imperou naquele momento e todos aos poucos se aquietavam, aos poucos iam se desarmando.

E então, Jesus levante e serenamente adverte: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra”. Um duro golpe sofreram aquelas pessoas, foram desarmadas no seu interior, as pedras de um julgamento precipitado caíram, pois não é cabível julgar ao próximo sem antes julgar a si mesmo.

Por fim a multidão vagarosamente se dispersava, começando certamente pelos fariseus e doutores da lei, restando tão somente Jesus diante da mulher, não mais adúltera, pois o seu pecado foi perdoado, mas diante de uma mulher que foi antes de tudo amada e respeitada.

Linda lição deixada por Jesus: Ele não veio para simplesmente nos condenar, Ele nos ama, quer nossos corações abertos à Sua Misericórdia, ao Seu perdão e assim renovar nossas vidas!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado!

Amém.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rosário de Nossa Senhora: mistérios luminosos.

Oração preferida de Nossa Senhora, o rosário se apresenta como uma devoção especialmente mariana, cravada de espiritualidade, que produz maravilhosos frutos quando rezada à luz dos ensinamentos de Cristo.

Inicialmente, o rosário apresentava a contemplação dos mistérios gozosos (ou da alegria) pra meditação às segundas e sábados, mistérios dolorosos (ou da dor) pra meditação às terças e sextas e finalmente, mistérios gloriosos (ou da glória) pra meditação às quartas e domingos.

O papa João Paulo II era definitivamente um papa mariano, propagava a reza do terço como dever do cristão, diariamente, prática louvável. E sabemos que Maria em suas aparições recomenda incessantemente que todos rezemos a oração do rosário.

E, inspirado pelo Divino Espírito Santo, o mesmo João Paulo II (em 2002) nos deixou os chamados “mistérios luminosos (ou da luz)”. Tais mistérios se referem a momentos especiais da vida pública de Jesus.

Recomenda que o rezemos sempre às quintas-feiras. São eles:

1º mistério luminoso. O batismo no Jordão: Cristo antes de iniciar sua missão, sua pregação de fato, é por João Batista batizado no rio Jordão (MT 3, 13-16);

2º mistério luminoso. A auto-revelação nas bodas de Cana: Maria intercede a Jesus e ELE transforma a água em vinho (Jô 2, 1-12);

3º mistério luminoso. O anúncio do reino de Deus com o convite à conversão: Jesus anuncia o reino de seu PAI, iniciando o seu ministério de misericórdia, com forte apelo à conversão dos seus filhos (Mc 1, 14-15);

4º mistério luminoso. A transfiguração: especial acontecimento no qual Deus apresenta seu Filho Jesus, glória da divindade, restando o convite para que, Nele crendo, cheguemos à glória da ressurreição e a uma vida transfigurada pelo Espírito Santo (Lc 9, 28-36);

5º mistério luminoso. Instituição da Eucaristia: ápice da fé católica, o sacramento da Eucaristia revela a entrega extrema de Jesus, sob os sinais do pão e do vinho, seu corpo e sangue como nosso alimento (MT 26, 26-29).

Oração destacadamente mariana, Nossa Senhora nos recomenda incessantemente a meditação dos mistérios do Rosário sempre à luz do evangelho.

Salve Maria!
Amém.